Conteúdo organizado por Deborah Costa e Zuleica Ramos Tani em 2022 do livro Design Instrucional na Prática, publicado em 2008 por Andrea Filatro, pela editora Pearson Universidades.
Matriz de Design Instrucional em Projetos de Cursos
Plano de curso é o documento que mostra como o curso será construído e deve ser aprovado pela instituição que solicitou a sua elaboração. Já a matriz de design instrucional norteia o trabalho do designer instrucional ao longo de todo o desenvolvimento do projeto.
A matriz de DI é um elemento obrigatório no trabalho de um designer instrucional. Ela é usada como um guia do projeto a ser desenvolvido. Por meio dessa matriz é possível definir quais atividades serão necessárias para o alcance dos objetivos de aprendizagem. Na matriz de DI, encontramos os conteúdos a serem abordados, bem como os recursos e ferramentas que poderão ser usados para a realização das atividades propostas.
A matriz de DI surge a partir das informações geradas pelo plano de curso. Embora os dois documentos possuam informações similares, seus objetivos e usos são bem distintos. Enquanto o plano de curso traz como o curso foi estruturado e aprovado pela instituição de ensino, a matriz DI é de uso exclusivo do designer instrucional e sua equipe, e contém informações sobre como este curso será construído, indicando quais formatos de materiais e recursos serão disponibilizados aos alunos.
Materiais: possíveis materiais que serão utilizados em cada unidade de aprendizagem, incluindo recursos em diversos formatos, tais como: textos (word ou pdf) que podem ser impressos ou baixados, links (html), vídeos do youtube, apresentações (ppt), videoaulas, jogos, podcasts etc.
Estratégias: atividades que serão realizadas pelos alunos a fim de se alcançar um objetivo, descrevendo o que o aluno fará. Por exemplo: ler a apostila, assistir ao vídeo, ler um estudo de caso etc.
Avaliações: a avaliação tem como finalidade verificar se os objetivos de aprendizagem foram alcançados. É preciso descrever o tipo de avaliação que o aluno realizará. Veja um modelo e exemplos que disponibilizamos para download.
Além dos componentes apontados a matriz de DI traz a ementa do curso, os objetivos geral e específicos, os conteúdos estruturados em módulos e aulas, as mídias em que esses conteúdos serão disponibilizados, os papéis a serem exercidos por professores e alunos no processo de aprendizagem, as formas de interação e de comunicação, e as referências consultadas.
O processo de aprendizagem envolve a solução da questão: o que o aluno irá aprender, dominar ao término de todas as etapas solicitadas? Ao se definir a matriz de design instrucional, busca-se apresentar o “como” o aluno, no centro do processo de aprendizagem, irá passar pelas experiências que o levarão ao alcance dos objetivos de aprendizagem do curso.
Para Filatro (2008, 44):
Em outras palavras, “apresentar”, “demonstrar”, “oferecer”, “mostrar” ou “ensinar” determinado conteúdo são objetivos a ser alcançados pelo curso, e não pelo aluno – a menos que se trate de um seminário ou outra estratégia em que o aluno terá de apresentar, demonstrar, ensinar algo,
Em função da constante preocupação em se proporcionar a melhor experiência de aprendizagem para o aluno que a Taxonomia de Bloom é adotada na construção dos objetivos. Desta forma, busca-se apontar o caminho para o desenvolvimento das ações que levem à aprendizagem.
Benjamin Bloom (1913-1999) psicólogo e pedagogo norte-americano, desenvolveu uma taxonomia que trabalha domínios de aprendizagem a saber: afetivo, psicomotor e cognitivo que permite a visualização da hierarquia das competências a serem adquiridas pelos alunos.
Fonte: https://www.amplifica.me/taxonomia-de-bloom/. Adaptado pela autora
Savioli e Torezani (2020,44) consideram:
A UX design, ou melhor, a User Experience Design, é uma disciplina responsável por projetar experiências de uso que sejam marcantes e encantadoras para os usuários. Com esse objetivo designers de diversas áreas estudam o comportamento humano para que possam definir a forma ideal de usabilidade de determinados produtos para tornar esse uso funcional, ideal, e acima de tudo, promover uma experiência tão encantadora a ponto de conquistar clientes e torná-los fiéis e engajados no uso dos produtos da marca.
Estudar o comportamento humano, adotar a taxonomia de Bloom na elaboração dos objetivos e para nortear a produção de conteúdos e apresentação de recursos de forma hierárquica buscando o desenvolvimento contínuo do aluno, visa criar resultados diferenciados e inovadores. Aplicar os conceitos da psicologia tem sido um diferencial no Design Instrucional dos cursos online.
Taxonomia de Bloom – O que é? Quais seus objetivos?
Disponível em: https://bit.ly/54hht. Acessado em 09 de maio de 2024.
A Matriz de Design Instrucional é um instrumento que pode ser adaptado a diferentes projetos para que este seja configurado de acordo com a experiência que se espera proporcionar ao aluno para que ele alcance a aprendizagem prevista nos objetivos do plano de curso. Para isso é preciso identificar a hierarquia do conhecimento, os conteúdos a serem produzidos, as facilidades de acesso aos recursos e ferramentas propostos e o comprometimento com a ideia inicial.
Modelo de Matriz DI para o curso de redação.
Fonte: Elaborada pela autora.
Referências
Bibliográficas
Filatro, A (2010). Design Instrucional contextualizado: educação e tecnologia. 3ª. Edição. São Paulo: Senac. Filatro, A. (2008). Design Instrucional na Prática. Pearson Prentice Hall.
Palloff, R. M. e Pratt, K. (2013). O Instrutor Online: Estratégias para a excelência profissional. Tradução: Fernando de Siqueira. Porto Alegre: Penso.
Savioli, C e Torezani, G. (2020). Design Instrucional e Negócio Digital: Como planejar, produzir e publicar um negócio virtual educacional. Brasília: Clube de Autores.
Princípios de Design Instrucional - EDU621 - 3.4
Matriz de Design Instrucional em Projetos de Cursos
Imagens: Shutterstock
Livro de Referência:
Design instrucional na prática
Andrea Filatro
Pearson Universidades, 2008